Argentina inicia privatização da AySA: um novo capítulo no saneamento

A Argentina anunciou o início do processo de privatização da AySA, empresa estatal responsável pelo fornecimento de água e saneamento em Buenos Aires e sua periferia, atendendo a aproximadamente 11,2 milhões de pessoas. Essa medida faz parte do programa econômico do presidente Javier Milei, que já reduziu a inflação anual para 118% em 2024, após um pico de 211% no ano passado.
Privatização e modernização
A privatização da AySA visa modernizar o setor e melhorar tanto a qualidade quanto os preços dos serviços. De acordo com Manuel Adorni, porta-voz presidencial, o processo será realizado por meio de uma licitação pública nacional e internacional para escolher um novo operador. Além disso, será feita uma oferta pública inicial para abrir o capital da empresa a outros investidores.
Participação dos funcionários
Os atuais funcionários da AySA terão 10% do capital social como acionistas. A empresa, que emprega 6.202 pessoas, não detalhou se haverá demissões após a privatização.
Contexto histórico
A AySA foi concedida à companhia francesa Suez em 1993, mas voltou à propriedade estatal em 2006, durante o governo de Néstor Kirchner. Desde então, recebeu aportes do tesouro nacional argentino equivalentes a US$ 13,4 bilhões.
Impactos econômicos
A privatização é parte da Lei de Bases, aprovada no ano passado, que inclui um pacote de reformas econômicas e uma lista de empresas estatais sujeitas à privatização. Entre outras empresas, estão a YPF (petróleo), Trenes Argentinos (trens) eCorreo Argentino (correios).