Ari Aster Abandona o Gênero do Medo para Explorar os Abismos da Sociedade

Após conquistar o mundo com filmes de horror icônicos como Hérédité (2018) e Midsommar (2019), Ari Aster, aos 39 anos, decidiu explorar um território ainda mais sombrio e reflexivo. Em Eddington, ele desenha a decadência de uma pequena cidade do Novo México durante a pandemia do COVID-19, retratando o colapso social e a paranoia generalizada.
Joakim Phoenix interpreta um xerife que é consumido pela insanidade e pela culpa, num cenário de caos moral. O filme, exibido no Festival de Cannes, onde Aster defendeu sua obra com simplicidade e impacto, é uma crítica ferida à América profunda.
A nova direção de Aster reflete sua evolução como cineasta: ele abandonou o gênero do medo para mergulhar na sociologia do medo. Em vez de assustar, Eddington provoca e desafia.
Para Aster, os filmes não são apenas entretenimento; são espelho da realidade. E, nesse caso, o que ele reflete é um quadro desolador de uma sociedade em colapso.