Brasil vs EUA: Tarifas Americanas Geram Polêmica na Câmara

A polêmica sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros continua a ganhar destaque na Câmara dos Deputados. Enquanto os governistas defendem um posicionamento firme contra as medidas norte-americanas, a oposição busca desviar a atenção e responsabilizar o governo brasileiro por eventuais falhas em articulação diplomática. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), e o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) já apresentaram requerimentos pedindo uma moção de repúdio ao governo dos EUA. Essa iniciativa ganhou força após a aprovação recente de uma moção de louvor à administração de Donald Trump na Comissão de Relações Exteriores, um voto que contou com o apoio da oposição. Em entrevista coletiva, Lindbergh destacou a necessidade de votar algo no plenário para rejeitar as tarifas, afirmando que a posição oficial da Câmara não pode permanecer dividida. No entanto, fontes consultadas pela CNN indicam que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem mostrado um tom mais moderado em relação ao tema. Na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, três deputados do PT – Ivoneide Caetano (BA), Jack Rocha (ES) e Alexandre Lindenmeyer (RS) – também protocolaram pedidos de moção de repúdio contra Trump. Enquanto isso, a oposição tenta reverter a narrativa de que apoiou o voto de louvor ao presidente norte-americano. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), argumentou que o voto foi motivado pela primeira manifestação de solidariedade de Trump a Bolsonaro. No entanto, aliados do governo buscam responsabilizar o Executivo por falhas na diplomacia. O deputado Evair de Melo (PP-ES), aliado de Jair Bolsonaro, apresentou pedidos de convocação de ministros para esclarecer a atuação do governo Lula no caso das tarifas. Entre os chamados está o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Outra frente de atuação é a tentativa de promover um debate amplo na Câmara sobre as consequências das novas taxações. Lindbergh Farias conseguiu apoio de várias legendas para propor uma comissão geral que discutiria o tema, mas o presidente da Casa ainda não definiu se incluirá a pauta. Com o recesso parlamentar se aproximando (de 18 de julho a 31 de agosto), os parlamentares têm pouco tempo para resolver a questão. Enquanto isso, as pressões diplomáticas e econômicas continuam intensificadas.