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Ciência e Tecnologia

Cirurgia robótica com IA: Descubra como um sistema de inteligência artificial revolucionou procedimentos cirúrgicos

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A Intuitive Surgical, uma empresa de biotecnologia americana, introduziu os robôs cirúrgicos DaVinci nos anos 1990, tornando-se equipamentos pioneiros em telecirurgia. Com esses robôs, cirurgiões experientes puderam operar remotamente, controlando as ferramentas e os braços do robô com base em vídeos enviados pelas câmeras integradas.


Recentemente, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins instalaram uma IA semelhante ao ChatGPT em um robô DaVinci e o treinaram para realizar uma cirurgia de remoção de vesícula胆. A ideia de usar computadores para operar robôs cirúrgicos não é nova, mas anteriormente esses sistemas dependiam de ações pré-programadas.


'O programa dizia ao robô exatamente como se mover e o que fazer. Funcionava como estas mangueiras robóticas Kuka nas fábricas', afirma Ji Woong Kim, pesquisador principal na equipe que desenvolveu o sistema. Para melhorar isso, uma equipe liderada por Axel Krieger construiu o STAR (Smart Tissue Autonomous Robot), que em 2022 realizou com sucesso uma cirurgia em um porco vivo.


Apesar do sucesso, o STAR ainda precisava de tecidos marcados e um plano pré-determinado. A principal diferença do novo sistema é que sua IA pode ajustar esse plano com base nos vídeos das câmeras. O novo robô consegue fazer muito mais.


'Nossa atualização é bem mais flexível', diz Kim. 'É uma IA que aprende a partir de demonstrações.' O novo sistema, chamado SRT-H (Surgical Robot Transformer), foi desenvolvido por Kim e seus colegas. As principais mudanças foram na hardware e no software.


Em vez de usar um robô personalizado como o STAR, a nova equipe focou no DaVinci, que se tornou a norma padrão em cirurgias teleoperadas, com mais de 10.000 unidades já instaladas em hospitais mundo afora.


Para treinar o robô, Kim escolheu a colecistectomia, uma operação rotineira nos Estados Unidos (cerca de 700.000 vezes por ano). 'O objetivo é remover os tubos conectando a vesícula a outros órgãos sem causar vazamentos de fluídos', explicou Kim.


A equipe do Kim quebrou o procedimento em 17 passos, usou muitas amostras de fígados e vesículos biliares de porcos e treinou um assistente para operar o robô repetidamente, criando assim um conjunto de dados de treinamento.


Os algoritmos que alimentam o SRT-H foram treinados com mais de 17 horas de vídeos capturados pelas câmeras do DaVinci e informações sobre os movimentos das ferramentas robóticas. Com base nesse conjunto de dados, o robô aprendeu a realizar a colecistectomia com 100% de sucesso em amostras não vistas durante o treinamento.


Apesar do sucesso, o acesso ao dado foi um desafio. A Intuitive Surgical recusou-se a compartilhar os dados necessários para treinar os algoritmos, preocupada com que a concorrência possa decifrar os segredos de seu robô.


Kim vê uma saída: 'Podemos começar a adicionar sensores de movimento em ferramentas cirúrgicas manuais e capturar os dados desse jeito'. Ele espera que, com o tempo, robôs como o SRT-H possam ser usados em humanos.

Que notícia incrível! Parece que os robôs estão se tornando cada vez mais habilidosos na sala de operações. Quem sabe um dia eles até conseguem substituir os médicos... ou pelo menos ajudá-los a serem melhores em seu trabalho.
Fonte original: arstechnica.com

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