Exoplaneta em espiral da morte: como ele está sendo destruído pela estrela

Astrônomos detectaram, pela primeira vez, um jovem exoplaneta chamado Maverick b sendo lentamente destruído pela própria estrela. O planeta encontra-se em uma espécie de espiral da morte, girando tão próximo de sua estrela que está literalmente evaporando e encolhendo à medida que perde massa para o espaço.
A descoberta foi feita com a ajuda do observatório espacial Chandra, da NASA, e representa uma oportunidade rara de assistir a um planeta sendo desfeito diante dos olhos da ciência. O estudo foi conduzido por Kristina Monsch, pesquisadora do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, e publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.
Maverick b tem apenas 5 a 10 milhões de anos e orbita tão perto de sua estrela que completa uma volta em apenas quatro dias terrestres. Essa proximidade expõe o planeta a um intenso bombardeio de radiação, com sinais fortes de emissão de raios X na região, indicando que a estrela está lançando ventos intensos e calor extremo sobre Maverick b.
Os dados mostraram que a estrela está esculpindo uma trilha de gás ao redor do planeta, semelhante a uma cauda, como a de um cometa. Essa perda de massa pode mudar completamente o destino do planeta: se ele for grande o suficiente, pode se manter por bilhões de anos; se for pequeno, será destruído em breve.
Essa descoberta é uma das primeiras vezes que cientistas conseguem observar um planeta tão jovem e semelhante a Júpiter perdendo material de forma significativa. Os pesquisadores acreditam que casos como o de Maverick b sejam comuns em sistemas planetários em formação, mas são difíceis de detectar porque acontecem rapidamente e em estágios muito iniciais.
A equipe usou dados do Chandra, do TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) e de outros telescópios para confirmar que se trata de um exoplaneta real com evidências consistentes de erosão atmosférica. Atualmente, não está claro se Maverick b resistirá por muito tempo: modelos computacionais sugerem que ele pode perder toda a atmosfera gasosa em menos de um milhão de anos.
A descoberta reforça o papel dos telescópios espaciais no entendimento da vida e da morte dos planetas. Enquanto isso, os cientistas planejam continuar monitorando o sistema para avaliar quanto de massa o planeta ainda vai perder e usar o Telescópio Espacial James Webb para observar a composição química da atmosfera remanescente.