Gestão de Relações Internacionais: Anthony Albanese Recruta História para Confrontar Trump

Em política, recorrer a figuras icônicas é muitas vezes mais eficaz do que longos argumentos. Foi assim com Anthony Albanese, premier ministro da Austrália, que soube escolher bem seu momento para enviar uma mensagem clara. Durante um debate acalorado sobre o futuro das relações entre Canberra, os Estados Unidos e a China, ele buscou inspiração em John Curtin, seu antecessor distante no Partido Trabalhista.
Em 27 de dezembro de 1941, Curtin publicou um artigo no Melbourne Herald onde defendia que a Austrália se voltasse para os Estados Unidos. Essa decisão foi crucial durante a Segunda Guerra Mundial, evitando que o destino do país fosse decidido por Churchill. Agora, 80 anos depois, Albanese resgata esse legado para argumentar que a segurança da Austrália deve ser prioridade local e não confiada a aliados distantes.
Em seu discurso, Albanese destacou que Curtin entendia que 'o destino da Austrália seria decidido em sua região' e que 'sua segurança não poderia ser subcontratada para Washington'. Esse recado é claro: a dependência excessiva dos Estados Unidos pode ser perigosa.
Albanese, que foi reeleito amplamente contra um adversário que se gabava de seu relacionamento com Trump, está claramente insatisfeito com o tratamento recebido pelo governo americano. Enquanto aliados como Japão e Coreia do Sul questionam a força da aliança com os EUA, Trump continua usando intimidação e chantagem para controlar seus parceiros internacionais.
É curioso como, apesar das décadas que se passaram, as estratégias de poder mantêm-se semelhantes. Enquanto o mundo assiste a essa dança diplomática, é difícil não notar que a confiança entre aliados é cada vez mais frágil.