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Economia

Guerra Comercial EUA x Mundo: Trump e a Europa na corda bamba

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Trump, sempre fugindo do compromisso. A expressão inventada por um jornalista do Financial Times ganhou força nas últimas semanas. A ideia de que o presidente dos Estados Unidos fala alto para intimidar, mas não executa suas ameaças, alimenta a confiança dos mercados em meio aos riscos da guerra comercial global.


No entanto, a acusação de covardice pode não se restringir apenas a Trump. As hesitações da União Europeia (UE) diante das manobras de Trump também colocam em dúvida a capacidade dos 27 países em estabelecerem uma relação de força necessária.


Enquanto Bruxelas pensava estar no caminho certo para reduzir os direitos de exportação para os Estados Unidos, Donald Trump desapontou as esperanças da UE anunciando, em 12 de julho, que impostaria unilateralmente uma tarifa de 30% a partir de 1º de agosto. Último blefe para ganhar mais concessões ou sentença definitiva que pode prejudicar o crescimento europeu?


Enquanto Trump intensifica a pressão, a UE tenta salvar o que pode, agitando medidas de retaliação fracas. Os europeus parecem estar sempre um passo atrás, sem entender os objetivos reais da partida.


A confrontação parece baseada em uma má compreensão. A UE busca negociar de boa fé num comércio justo baseado no princípio do vantagem comparativa. No entanto, Trump não está interessado em um acordo ganha-ganha. Sua meta é enfraquecer a Europa, que representa tudo o que ele odeia: supranacionalismo, multilateralismo, progressismo e primazia do direito.


A UE não precisa se desculpar por ser quem é ou ceder em sua política fiscal. Ela deve ultrapassar os aspectos técnicos das negociações e estabelecer uma dimensão política, definindo claramente as linhas verdes e buscando objetivos ambiciosos.


Se a UE não provar que pesa mais do que um país isolado, enviará um sinal devastador para o projeto europeu. A estratégia da UE de absorver as provocações americanas sem concretizar meios de retaliação mostrou suas limitações.


As represárias 'proporcionadas e bem calculadas' propostas pela UE não estão à altura de uma agressão clara, cujo objetivo vai além do equilíbrio comercial americano - visa a submeter a Europa.

Enquanto Trump aponta o dedo, a UE parece mais preocupada em proteger seu orgulho do que em defender seus interesses. É como se estivessem jogando poker com as mãos viradas para cima.
Fonte original: lemonde.fr

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