Investigação sobre operações financeiras com informações privilegiadas antes do tarifaço de Trump

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de uma investigação para apurar possíveis operações financeiras com uso de informações privilegiadas no mercado cambial antes do anúncio do tarifaço imposto por Donald Trump contra o Brasil.
A investigação foi motivada por uma petição da Advocacia-Geral da União (AGU), que identificou movimentações atípicas e de grande volume envolvendo dólares, realizadas horas antes do anúncio oficial das tarifas comerciais pelos Estados Unidos. As operações chamaram a atenção pelo seu tamanho significativo e concentração.
Conforme especialistas, um investidor comprou entre 3 e 4 bilhões de dólares a R$ 5,46 pouco antes do anúncio da tarifaço. Três minutos após a divulgação oficial, os mesmos dólares foram vendidos a R$ 5,60, gerando um lucro potencial de até 50% em menos de três horas. Esse tipo de ganho é considerado extremamente raro no mercado cambial.
"Não é o padrão normal das transações com o real naquele dia", destacou Spencer Hakimian, gestor da Tolou Capital Management, em Nova York. "Pode ter sido alguém que sabia desde o começo."