Israel inicia operação terrestre no centro de Gaza pela primeira vez
Tanques israelenses avançaram para as áreas sul e leste da cidade de Deir Al-Balah, no centro de Gaza, pela primeira vez nesta segunda-feira (21). Fontes israelenses indicaram que os militares acreditam que alguns dos reféns restantes podem estar nessa região.
Médicos de Gaza relataram que pelo menos três palestinos foram mortos e vários outros feridos em consequência de bombardeios de tanques, que atingiram oito casas e três mesquitas na área. O ataque forçou dezenas de famílias a fugir para oeste, em direção à costa de Deir Al-Balah e Khan Younis.
Em Khan Younis, um ataque aéreo israelense matou pelo menos cinco pessoas, incluindo um homem, sua esposa e seus dois filhos, em uma tenda. Não houve comentários imediatos de Israel sobre os incidentes.
Operação militar
O exército israelense afirmou que não entrou nos distritos de Deir Al-Balah sujeitos à ordem de retirada e que continua operando com força para destruir as capacidades inimigas e a infraestrutura terrorista na área. Fontes israelenses indicaram que o Hamas pode estar mantendo reféns no local.
A escalada militar ocorre em um momento crítico, com autoridades de saúde de Gaza alertando para potenciais 'mortes em massa' nos próximos dias devido à fome crescente. Desde sábado (19), pelo menos 19 pessoas morreram por falta de alimentos.
Hospitais estão enfrentando dificuldades, com falta de combustível, alimentos e medicamentos, o que pode levar à paralisação de operações vitais. As Forças Armadas israelenses declararam que consideram a transferência de ajuda humanitária para Gaza uma questão de extrema importância.
Conflito e impasse
A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, após militantes do Hamas invadirem Israel, matando 1.200 pessoas e levando 251 reféns para Gaza. A campanha militar israelense já resultou na morte de mais de 58 mil palestinos.
A situação humanitária em Gaza se deteriora rapidamente, com quase toda a população deslocada e mergulhada em uma crise sem precedentes. As negociações de cessar-fogo entre o Hamas e Israel estão ameaçadas pelo aumento de mortes e pela crescente fome.
