Israel intensifica ataques na Síria para proteger os Druzes

Israel vem realizando ataques na Síria desde o colapso do governo Assad em dezembro passado. Esta semana, houve uma escalada significativa, com Israel afirmando que atacou a Síria para proteger os Druzes, uma minoria árabe envolvida em confrontos com partidários do governo.
No entanto, a decisão de Israel de retaliar também está ligada à sua oposição ao governo atual da Síria, liderado por Ahmed al-Sharaa, um ex-militante jihadista. Enquanto isso, os Druzes, que vivem principalmente na Síria, Líbano e Israel, são uma comunidade religiosa de cerca de um milhão de pessoas.
Na Síria, os Druzes se concentram em três províncias próximas das Alturas do Golan, controladas por Israel desde a Guerra dos Seis Dias em 1967. Mais de 20.000 Druzes vivem na região, compartilhando o território com aproximadamente 25.000 colonos judaicos.
Após a queda do ditador Bashar al-Assad, al-Sharaa prometeu inclusão e proteção a todas as comunidades sírias, mas os Druzes ainda nutrem desconfiança em relação ao novo governo. Eles se queixam de serem excluídos dos processos de diálogo nacional e de terem uma representação limitada no governo, que inclui apenas um ministro Druze.
A situação foi agravada por confrontos entre as forças do governo sírio e milícias Druzes, resultando em pelo menos 321 mortos e mais de 436 feridos. Em resposta, Israel realizou ataques aéreos, afirmando que está comprometido em proteger os Druzes devido à sua aliança com os cidadãos Druzes no país.
Enquanto isso, o governo sírio acusou Israel de violar a soberania do país e rejeitou a declaração unilateral de uma zona desmilitarizada na região sul da Síria. A situação atual ameaça os esforços de al-Sharaa para consolidar seu poder e unificar o país, que ainda está se recuperando de mais de uma década de guerra civil.