O caminho do suco de laranja brasileiro até os Estados Unidos

O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja, responsabilizando-se por 70% das importações dos Estados Unidos.
Esta bebida brasileira se tornou essencial nos EUA após a queda na produção local, atribuída a pragas e mudanças climáticas. Contudo, o suco de laranja brasileiro está ameaçado por tarifas de 50% anunciadas pelo presidente Donald Trump contra produtos brasileiros. Caso não haja um acordo, essas taxas entrarão em vigor no dia 1º de agosto.
Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, explicou ao podcast O Assunto como o suco brasileiro chega à mesa dos consumidores americanos. A cadeia produtiva é complexa e envolve meses de logística, além de gerar aproximadamente 200 mil empregos nos Estados Unidos.
Os navios que transportam o suco são especializados, semelhantes a petroleiros adaptados para essa função. Ao chegar nos EUA, o suco é adquirido pelas marcas locais, que misturam o produto brasileiro a outros componentes para criar receitas específicas de sabor, cor e aroma.
A produção começa com o plantio da laranjeira, que demora aproximadamente 3 anos para dar a primeira colheita. Cada árvore pode ser utilizada por até 15 anos. Após a colheita, as laranjas são processadas em fábricas associadas à CitrusBR, resultando em dois tipos principais de produtos: suco concentrado e suco não concentrado.
O suco concentrado é comparado a um leite condensado, sem adição de açúcar. Já o suco não concentrado passa por um processo de pasteurização. No destino final, nos Estados Unidos, cada tonelada do produto paga uma taxa equivalente a 15% a 20% do valor total.
Enquanto isso, empresários brasileiros buscam soluções com o governo para resolver o impasse tarifário antes do dia 31 de julho.