Polícia brasileira invade residência e sede política de Bolsonaro
A Polícia Federal no Brasil realizou uma operação no início da manhã de sexta-feira (18) na residência e na sede política do ex-presidente Jair Bolsonaro. As autoridades ordenaram que Bolonardo usasse uma tornozeleira eletrônica, proibindo-o de se comunicar com diplomatas estrangeiros ou frequentar embaixadas, além de bloquear o acesso às redes sociais.
As restrições foram impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após preocupações sobre a possibilidade de Bolsonaro fugir do país durante o julgamento por suposto envolvimento no plano para subverter os resultados da eleição presidencial de 2022. Bolsonaro negou qualquer participação em ilícitos.
Segundo documentos do tribunal, Bolsonaro e seu filho Eduardo são acusados de conspirar com o governo dos Estados Unidos para impor sanções contra autoridades brasileiras. A ação foi descrita como algo que 'beneficiaria diretamente ele próprio e seu pai, Jair Messias Bolsonaro'.
Bolsonaro, falando fora da delegacia na sexta-feira, chamou a tornozeleira de 'humilhação suprema' e negou que planejasse deixar o Brasil. Ele também afirmou que os dólares apreendidos (cerca de 14.000) eram para uso pessoal.
A operação ocorreu após ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso o julgamento contra Bolsonaro não fosse encerrado. Trump acusou o sistema judicial brasileiro de ser uma 'caça às bruxas' contra seu aliado.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que as ameaças de Trump extrapolaram os protocolos internacionais e que Bolsonaro está sendo julgado por tentar promover um golpe de estado. Ele comparou a situação ao episódio de 6 de janeiro nos EUA, onde Trump foi envolvido em tentativas de interferir na eleição.
Analistas apontam que os Estados Unidos não são tão significativos para o comércio brasileiro quanto outros países como China. A exportação para os EUA representa apenas 11% do total, metade do que é enviado para a China.
