X recusa entregar dados à França e acusa investigação de ser politicamente motivada

X, plataforma controlada por Elon Musk, está recusando compartilhar dados com autoridades francesas. A empresa alega defender a liberdade de expressão e a privacidade dos usuários, enquanto rotula uma investigação sobre acusações de manipulação do algoritmo como "motivada politicamente".
Em um post no seu perfil global de assuntos governamentais, X negou as acusações e insistiu que a investigação francesa "flagrantemente compromete o direito fundamental de X ao devido processo legal e ameaça os direitos dos usuários à privacidade e à liberdade de expressão".
As autoridades francesas suspeitam que X estaria amplificando conteúdo odioso, incluindo discursos de ódio, racismo e homofobia. Para investigar essas acusações, pediram acesso ao algoritmo de recomendação da plataforma e a dados em tempo real de todos os posts dos usuários.
Porém, X parece ter se apressado demais em rejeitar o pedido, o que pode levantar dúvidas sobre a suposta parcialidade. A empresa culpa um político francês, Eric Bothorel, por instigar a investigação, mas o Ministério Público de Paris afirmou que a probes foi motivada por dois relatórios de um parlamentar e de um alto funcionário público.
X também acusa dois especialistas envolvidos na análise dos dados de terem sido escolhidos para manipular os resultados da investigação. Um deles, Maziyar Panahi, negou qualquer envolvimento hostil e ameaçou processar X por difamação.
Em um comentário irônico, X se queixa de ser tratada como "uma gangue organizada", comparando isso a cartéis ou grupos mafiosos. A empresa sugere que as autoridades francesas estão usando a investigação para restringir a liberdade de expressão.
Enquanto isso, o CEO do Telegram, Pavel Durov, enfrenta acusações semelhantes na França por seu suposto envolvimento em tráfico de drogas e pornografia infantil. Musk parece apoiar Durov, respondendo 'verdade' a um post de X que criticava os burocratas franceses.
É possível que a investigação contra X seja suspensa diante da pressão da União Europeia, que está negociando com Donald Trump. Até o momento, o Ministério Público de Paris não se pronunciou sobre a decisão de X de recusar entregar os dados.